Falta apenas fixar os últimos detalhes e colocar as últimas assinaturas num pacote de 70 b€ que vai financiar a investigação europeia nos próximos 7 anos. Após longos preparativos e discussões durante vários anos, entramos num novo ciclo, com novos instrumentos e particularidades, que vai colocar novos desafios e obrigar a um esforço especial até que todos se ajustem à atual organização dos programas europeus. Mas, apesar de algumas diferenças que, analisadas no detalhe, nem serão assim tão grandes como possam parecer à primeira vista, este Programa-Quadro vai ser precisamente igual num aspeto fundamental: quem esperar pela publicação dos concursos para começar a preparar propostas tem muito menores possibilidades de sucesso.
Os textos dos primeiros concursos foram sendo preparados nos últimos meses pela Comissão com base nas contribuições dos “Stakeholders” - plataformas tecnológicas e outros grupos de interesse (ou “lobbies”) e grupos de peritos consultores convidados pela própria Comissão - e vão ser colocados à aprovação dos Estados-Membros num processo que decorrerá em Setembro e Outubro mas cuja margem para mudanças é já muito pequena. Quem conheceu com antecedência os tópicos que vão ser colocados a concurso, iniciou já a movimentação e a preparação de ideias e consórcios. Portanto, se está interessado em conhecer os tópicos, mesmo que ainda numa fase provisória, não deixe de contactar os NCPs do GPPQ o quanto antes, pois quanto mais cedo conhecer o que vai ser publicado a 11 de Dezembro, maiores oportunidades terá para preparar boas propostas.
No essencial, o H2020 contemplará as mesmas grandes áreas temáticas do 7ºPQ: Saúde, Alimentação e Bio-economia, Energia, Transportes, Ambiente e Alterações Climáticas, Segurança (“security”), TICs, Nano-tecnologias, Materiais e Processos de Fabrico, Biotecnologia e Espaço. As Ciências Sociais e Humanidades, além de terem um Desafio Societal próprio, terão também um papel transversal em todos os restantes. As já habituais e valiosas bolsas do ERC e Marie-Curie (MC) continuarão, com maior financiamento, assim como os apoios às Infraestruturas de Investigação. Haverá novos instrumentos para apoio às PMEs e grandes empresas, com esquemas específicos, abertos a todos os temas e com resposta muito mais rápida que no 7ºPQ. O esquema das FET (“Future and Emerging Technologies”) autonomiza-se e alarga-se a todos os temas, deixando para trás os projetos-piloto dedicados apenas às TICs e à Energia.
Podemos então perguntar-nos se o H2020 é mais do mesmo, e se nada muda relativamente ao 7ºPQ. Claro que muda, e mudam coisas muito importantes: os projetos serão muito mais interdisciplinares, atacando problemas que envolvem várias temáticas e obrigando a equipas com várias valências complementares; os projetos do tipo “Cooperação” tenderão a ser maiores em termos de orçamento, mas com menor número de parceiros, embora continue a haver projetos de pequena dimensão como no 7ºPQ; haverá um muito maior enfoque na inovação e na entrada efetiva no mercado de produtos resultantes dos projetos H2020, com exceção do pilar da excelência científica (ERC, MC, Infraestruturas e FET).
Há muitas mais novidades, mas não cabem neste curto texto. E é certo que, pelo menos no início, será mais difícil participar com sucesso. Portanto, informe-se bem e já: contacte o NCP da sua área temática, prepare-se para este novo desafio e tenha sucesso no H2020! O GPPQ existe para o ajudar. |