O Horizonte 2020 pretende contribuir para os objetivos da Estratégia Europa 2020 relativamente ao emprego, produtividade e coesão social, o que exige uma articulação próxima dos vários stakeholders envolvidos em todo o ciclo da inovação. Assim, as empresas são parceiros essenciais nos consórcios que vão desenvolver os projetos dos pilares II (Liderança Industrial) e III (Desafios Societais) do H2020. As PME recebem mesmo uma atenção particular, estando-lhes reservados pelo menos 20% dos orçamentos destes dois pilares. As PMEs dispõem ainda de um instrumento especial (o SME Instrument) ao qual podem concorrer, se assim o desejarem, sem necessidade de consórcio (parceiro único).

O ciclo de inovação não se percorre facilmente. Para além do já bem conhecido Vale da Morte que separa a tecnologia do mercado, é evidente, e não está de forma alguma superada, uma dificuldade de diálogo entre as empresas e a ciência, fundamental e aplicada. Este hiato é uma das razões da baixa participação das empresas portuguesas no Horizonte 2020, embora haja felizmente muitas exceções, bem demonstradas pelo exemplo de sucesso que lhe deixamos nesta newsletter, de uma PME nacional que garantiu a coordenação de um projeto iniciado no final de 2013 (no último ano do 7º Programa Quadro).

O GPPQ sempre teve como objetivo apoiar as empresas no desenvolvimento de propostas competitivas aos vários concursos do Horizonte 2020. Mas a ligação direta do GPPQ à FCT, tradicionalmente identificada pelas empresas como uma entidade mais vocacionada a dialogar com a academia e institutos de ID, constituiu sempre um obstáculo, mais assumido que real, ao contacto das empresas com o GPPQ (uma espécie de barreira psicológica). Em consequência, uma empresa que pretendesse participar nos programas comunitários tinha uma lógica tendência a contactar primeiro uma entidade mais ligada à “Economia” do que à “Ciência”. Para tentar ultrapassar mais esta barreira, o GPPQ vai estar em breve também mais perto das empresas: a partir do início de Janeiro de 2015, o GPPQ passará a estar também sempre presente nas instalações da nova Agência Nacional de Inovação, em simultâneo com a habitual presença na Fundação para a Ciência e a Tecnologia a que já todos estão habituados. Assim, as empresas poderão contactar o GPPQ diretamente através de uma instituição que está vocacionada para apoiar as empresas na inovação e terão assim um “balcão único” para os seus projetos inovadores, sendo dirigidas para o GPPQ, ou para outro departamento da ANI, consoante o tipo de projeto que pretendam desenvolver e a sua adequação a fundos europeus, a fundos estruturais, ou a outros mecanismos de apoio.

Há muitas oportunidades para as empresas no Horizonte 2020 e há que aproveitá-las. Poderíamos mesmo dizer que, sem empresas, é muito mais difícil participar nos pilares II e III do H2020. Assim, esperamos que a presença regular do GPPQ na ANI venha ajudar a facilitar e a aumentar a presença das empresas no Horizonte 2020. Esperamos por mais contactos de empresas, mas claro que não é preciso esperar por Janeiro, pois nas nossas atuais instalações, continuamos a estar, como sempre estivemos, ao dispor das empresas (tal como as instituições de investigação nos poderão também contactar na ANI a partir de Janeiro)! O GPPQ continuará a ser um único, funcionando nos mesmos moldes atuais, passando a assegurar a presença em duas instituições em vez de apenas na sua original FCT.

Comece já por participar nos nossos dois workshops de preparação de melhores propostas no H2020, no Porto, em 3 e 12 de dezembro. São particularmente dirigidas às empresas e organizadas em conjunto com a FCT e com a ANI. Contacte-nos! Daremos o nosso melhor para ajudar.