A conceção do EIT (2008) visou aumentar drasticamente a competitividade e o crescimento sustentado da Europa, através da criação de condições para o desenvolvimento acelerado do ciclo de inovação, com base na rápida circulação do conhecimento entre stakeholders do triângulo de inovação (universidades, centros de investigação e indústria), em domínios críticos ligados aos grandes desafios societais europeus.

O EIT concretiza-se através da criação de centros de excelência distribuídos (knowledge Innovation Communities, KICs), de implementação rápida (entre 7 a 15 anos até uma implementação sustentável autónoma), constituídos por redes de centros principais (co-location centres, CLC) e associados, organizados em torno de domínios específicos.

As KIC são parcerias legalmente independentes, de formato variado (empresas, sociedades, cooperativas, etc.) que juntam universidades, organizações do sistema científico, empresas e outras entidades. Estas pagam quotas anuais para a sua gestão, e trabalharão em conjunto, mas em concorrência entre grupos, para desenvolver conceitos educacionais (cursos de formação especializada, licenciaturas, mestrados e doutoramentos com forte caráter empreendedor, visando empregabilidade nas empresas do setor), produtos e serviços, bem como a criação de “start-ups” inovadoras de base tecnológica que marquem a diferença no ecossistema em que atuam. O EIT financia 25% dos custos de inovação, cabendo ao consórcio financiar, por meios próprios, incluindo contratos públicos no H2020 (e antes no 7ºPQ) e privados (por exemplo, de empresas), o financiamento adicional necessário ao funcionamento das KIC, cujo orçamento, atingido o regime “de cruzeiro”, pode atingir 250 a 350 M€/ano.

Até este mês de Dezembro, existiam três KIC nos temas ICT (ICT-labs), Energia (Innoenergy) e Ambiente (Climate-Kic). Portugal fazia apenas parte da KIC Innoenergy, inserido num CLC ibérico (Kic Innoenergy Iberia) sediado em Barcelona, ainda que sem aparecer no mapa oficial do EIT, mas com benefícios evidentes desta participação (o volume de negócios anual do centro nacional, liderado pelo IST, já ultrapassa os 1,25 M€/ano).

Com o anúncio da aprovação de duas novas KIC em dezembro de 2015, aumentou a participação de instituições portuguesas, tanto na KIC das matérias-primas, EIT Raw Materials, em que Portugal é parceiro através do INESC-Porto, num CLC baseado na Holanda, como na KIC Saúde, EIT-Health, em que o Portugal é uma de 6 Innostar Regions associadas ao projeto (definidas como regiões inovadoras, de crescimento promissor e que serão potenciais CLC num futuro próximo). O potencial futuro CLC português inclui o cluster Ageing@Coimbra, formado por entidades ligadas à saúde, quer na formação, quer na inovação: Universidade de Coimbra,  Instituto Pedro Nunes, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra  (CHUC), bem como um outro cluster centrado em Lisboa (Camara Municipal de Lisboa, Centro Hospitalar de Lisboa Norte e Universidades de Évora e de Lisboa) e empresas nacionais de relevo (BIAL, Hovione Farmacêutica, PT Cloud e Data Centres S.A).

Este cluster nacional tem sido muito ativo no 7ºPQ, na EIP Active and Healthy Ageing, e também já conquistou uma 1ª coordenação nacional no tema Saúde do Horizonte 2020, o projeto que é apresentado nesta newsletter.

Os concursos para as próximas KIC abrirão em 2016, e focar-se-ão nos temas “Manufacturing” e “Food”. Se trabalha nestas temáticas, não deixe de aproveitar as oportunidades que o EIT lhe pode oferecer.

E se trabalha nas áreas das KICs já em funcionamento, procure estabelecer contactos, pois elas são muito abertas a boas ideias que lhes possam trazer novos produtos e serviços. As KIC abrem mesmo regularmente concursos de ideias e organizam eventos de procura de novos parceiros.

O GPPQ está ao dispor para aconselhar e apoiar quaisquer interessados. Contacte os nossos NCPs do EIT.