No pilar da Liderança Industrial, o concurso 2016/2017 do H2020 disponibiliza 80 M€ para financiar dois tipos de Linhas-Piloto, um para a produção de materiais condutores térmicos e elétricos e outro para a produção de superfícies antimicrobianas nano-estruturadas.
Estes concursos para Linhas-Piloto (tópico “Indústria 2020 na Economia Circular” das “cross-cutting activities” do H2020) visam desenvolver infraestruturas de grande escala em que seja possível testar novas soluções que levem ao reforço da capacidade da indústria europeia para transformar rapidamente os processos de I&D em produtos inovadores, aumentando assim a vantagem competitiva da indústria europeia, nomeadamente através da criação de novos nichos de mercado. Do ponto de vista tecnológico, uma Linha-Piloto tem de ser flexível, para acompanhar e se ajustar às atividades de I&D para as quais as provas de conceito e validação dos produtos, dos materiais ou dos equipamentos forem já atingidas em ambiente laboratorial (nível de maturação de tecnologia, TRL, 4). As atividades dos projetos devem focar-se em TRLs 4-6 com o objetivo de atingir a demonstração do protótipo do sistema em ambiente operacional (TRL7).
Ao longo do H2020, as Linhas-Piloto apoiarão a indústria europeia num conjunto alargado de sectores, na resposta à procura de produtos mais ecológicos, mais personalizados e de elevada qualidade, com menor desperdício e melhor utilização dos recursos. Pretende-se demonstrar a viabilidade económica e ambiental da abordagem da economia circular e impulsionar a re-industrialização da União Europeia. As atividades financiadas apoiarão as metas traçadas nas Comunicações "Rumo a uma economia circular: Um programa de desperdício zero para a Europa” e “Renascimento Industrial Europeu” e estarão alinhadas com o novo roteiro da Comissão para uma Estratégia de Economia Circular. Espera-se também que os projetos financiados contribuam para o crescimento verde e para a implementação de uma União para a Energia Resiliente e para as políticas de Alterações Climáticas. Esta iniciativa visa ainda impulsionar o emprego, o crescimento e o investimento, e posiciona-se no contexto mais amplo do compromisso da Comissão Europeia para o desenvolvimento sustentável.
Em 2014/2015, os concursos das Linhas-Piloto foram muito competitivos: no primeiro foram financiados 11 projetos das 90 propostas submetidas (taxa de sucesso de cerca de 12%) e, no segundo, de 200 propostas submetidas, apenas 12 foram retidas para financiamento (taxa de sucesso de 6%). Sem sucesso em 2014, as equipas portuguesas conseguiram 3 projetos aprovados em 2015, 2 dos quais com coordenação nacional. Os 3 projetos envolvem 6 entidades portuguesas, representando mais de 3,6 M€ de financiamento. Um dos projetos com coordenação nacional é destacado nesta Newsletter, como forma de inspirar outras entidades a concorrer aos próximos concursos de 2016 e 2017.
Em 2016/2017, as Linhas-Piloto pretendem capacitar investimentos e desenvolver produtos capazes de entrar no mercado num prazo de 5-7 anos, através da criação de cadeias de valor e fortalecimento das redes de contactos entre atores-chave para as subsequentes atividades de I&D e inovação. O objetivo é reduzir os riscos técnicos e de produção pelo aumento de conhecimento das PMEs e dos empreendedores. As ações deverão incluir sempre, pelo menos duas Tecnologias Facilitadoras Essenciais, KET (nanotecnologias, materiais avançados, fabrico e processos avançados, biotecnologia, fotónica e micro e nano-electrónica). Este concurso terá duas fases, para otimizar o esforço das equipas para a elaboração deste tipo de propostas, só exigindo um elevado esforço às melhores ideias, as únicas selecionadas para a 2ª fase, aí com uma probabilidade de sucesso de 30%. As propostas à 1ª fase serão muito simples, apenas descrevendo as ideias essenciais, e exigirão pouco trabalho na sua preparação, se bem que sem deixarem de exigir a capacidade de síntese da equipa proponente para transmitir em 10 páginas o essencial de uma ideia inovadora e de convencer o júri de seleção que terão ambição e capacidade técnica e económica para produzirem o impacto esperado.
Comece já desenvolver a sua proposta para a primeira fase desde concurso, que fecha a 08/12/2015. Tem cerca de um ano para aproveitar da melhor forma estas oportunidades do H2020, pois preparar uma excelente proposta vai exigir tempo para consolidar a ideia e formar o consórcio ideal, envolvendo parceiros industriais e institutos de ID que possam apoiar o desenvolvimento das ideias.
Contacte os NCPs da área, que lhes podem dar todos os esclarecimentos de que possa necessitar. Participe! É uma excelente oportunidade para poder melhorar a competitividade da sua empresa e lançar novas iniciativas para criar novos mercados. |